Socorrer
Ouvi um ganir estranho vindo do pátio da vizinha, era um ganir aflitivo. Olhei para o pátio e não perdi tempo, sem sequer avaliar o risco que corria, saltei o muro que separava o meu pátio do da vizinha e aterrei num sitio onde existiam outros cães, além daquele que se estava a afogar dentro da piscina. Tentei socorrê-lo mas não estava a ser fácil. Entretanto a vizinha, que por sorte estava em casa, apercebeu-se dos movimentos que se desenrrolavam no pátio, apareceu e, ela mesmo entrou na piscina e salvou o canino.
Ao ter entrado no pátio da vizinha com aqueles cães lá dentro corri um grande risco de ser atacada por eles, sem me ter dado conta, não estava habituada com eles, nem lhes conhecia o comportamento. Só depois do caso passado e do animal estar em segurança, sentada no sofá da minha sala, refleti na ingenuidade do meu acto.
Nas aulas de primeiros socorros aprendi que "em primeiro lugar deve assegurar-se de que o incidente ou acidente não seja gerador de outros, e só depois prestar auxilio"
O que eu fiz não foi isso, não agi da forma que aprendi, agi por impulso, a minha vontade de ajudar e o medo que o animal se afogasse levou-me a cometer uma imprudência que poderia ter custado muito caro, felizmente a vizinha estava em casa e tudo correu bem!