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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Estrelas de Natal

Maria, 10.12.18

Não tenho uma estrela de Natal, todos os anos quando monto a árvore de Natal, penso nisto "não tenho uma estrela de natal", não tenho e não me lembro de comprar. O programa que tinha para esta tarde de domingo falhou e, como já tinha planeado montar a árvore de natal e tinha tempo, pensei, vou fazer uma estrela de natal.

Uma pequena pesquisa na net e encontrei um molde que serviu na perfeição para e execuxão da obra, materiais em casa havia, um saco feito de papel de lustro dourado que tinha chegado a casa com alguma coisa que não me lembro o quê, e que guardei porque era mal empregado deitar fora (eu guardo tudo o que acho que algum dia pode servir para alguma coisa) hoje foi o caso, nem sabia que o saco estava ali guardado quando fui à procura dos materiais para fazer as estrelas de natal, assim que o vi, soube logo que era aquilo mesmo que precisava. Ora bem, tendo o papel de lustro dourado, fácil era arranjar cartão, pois guardo sempre as caixas de cartão que me parecem boas, de resto, a tesoura e a cola também havia, pronto, agora era mãos à obra. Há quanto tempo que não me debruçava a fazer trabalhos manuais como se tivesse na escola, adorei estar ali a recortar, a medir e a colar e, no fim gostar do trabalho feito. Fiz três estrelas, uma coloquei no topo da árvore, outra por cima da cabana do presépio e a última colei na porta da sala. Para quem não tinha uma estrela, agora tem três e, melhor ainda, não foi preciso comprar, assim tem outro valor, o valor de quem constrói!

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A árvore de natal

Maria, 10.12.15

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Hoje foi dia de montar a árvore de natal lá em casa, não uma árvore grande onde as crianças não chegam para ajudar a montar mas sim, uma pequenina, onde as crianças chegam até ao cimo para colocar a estrela. Foi o trabalho de casa das gêmeas, a avó colocou as luzes em primeiro lugar, elas colocaram fitas, laços e bolas; a avó montou a cabana com pedaços de madeira para o presépio, elas desembrulharam as figuras uma a uma e, vendo que faltava uma peça, uma das gêmeas pergunta: avó, onde está o menino Jesus?  a avó guardava durante todo o ano a figura do menino noutro local, estava sempre à vista, tinha um carinho especial por aquela figura de menino em posição de deitado num berço, foi buscá-lo e colocou-o nas palhinhas dentro da cabana, as meninas colocaram as restantes figuras, o presépio era composto apenas pelas figuras principais. Árvore e presépio ficaram prontos, a avó ligou as luzes, acendeu umas velas pela casa, colocou uma coroa de natal na porta de entrada, assim, deu à casa aquele espírito natalício que já se vive fora de portas. 

 

A avó recua no tempo e revive a época em que ia ao pinhal, levava um serrote, procurava um pinheiro com o tamanho e a forma que mais se adequasse ao seu gosto, era sempre um pequeno pinheiro, cortava-o  e trazia-o para a árvore de natal, metia as mãos por debaixo das camadas de musgo, procurava o mais macio e verde, rasgava-o em bocados grandes que trazia para casa numa caixa de madeira, trazia também umas heras, areia e algumas pedras. Montava então um grande presépio, com as pedras cobertas de musgo dava-lhe relevo em alguns locais para formar os montes e vales, com a areia que levou, desenhava os caminhos por onde passavam os pastores na sua ida  para visitar Jesus. As heras ajudavam a decorar e dar uma idéia mais real ao cenário. Colocava então as figuras, eram muitas, havia as figuras principais e também mais uma catrefa delas: pastores, muitas ovelhas, cães, o anjo em cima da cabana, lavadeiras, padeiros, os três reis magos, mendigos etc.

 

Com a chegada dos pinheiros artificiais esta prática deixou de existir, evitou-se assim o corte de tantos pinheiros em crescimento nesta quadra, também não se montavam tantas árvores de natal, montavam-se mais os presépios com musgo real.

 

Bom Natal!

 

 

 

O natal da minha infância

Maria, 13.12.12

Éramos uma familia numerora de nove pessoas, os meus pais e os seus sete filhos. Era normal todos os domingos irmos à missa, um ritual ao qual me fui habituando desde que nasci. No dia de natal a missa era diferente, a igreja era pequena e estava sempre cheia, o que a tornava quente e acolhedora, eu ainda era pequena e as leituras sobre o nascimento do menino cativavam a minha atenção, os cânticos soavam aos meus ouvidos como melodias de anjos, no fim da cerimónia beijava-se a imagem do menino Jesus, era como se beijasse um bébé verdadeirao, todo o ritual tinha para a minha inocência de menina um encanto e uma promessa de que o mundo vivia em paz e era feliz, que havia um teto para todos e todos tinham o que comer. Neste dia a minha mãe cozinhava galinha da capoeira e também fazia canja, recorde-se que neste tempo não se comia galinha com muita frequência pelo que este prato era muito esperado e apreciado, também havia filhoses. Comia-se na cozinha numa mesa grande e com o lume aceso que a aquecia e, que servia principalmente para cozinhar as refeições, só tinhamos um pequeno fogão a petrólio para preparar o café da manhã, o lume situava-se em cima dum poial onde também estava o forno onde a minha mãe cosia o pão uma vez por semana para toda a semana. Não havia prendas, não sentia falta delas, não fui habituada a recebê-las mas, havia muito calor humano, amor, respeito, comunicação e amizade uns pelos outros dentro das paredes da casa dos meus pais e também do lado de fora da porta. Montava-se o presépio com musgo fresco que um dos meus irmãos apanhava em algum pinhal, e muitas figuras de barro, era o presépio que representava o nascimento de Jesus, não uma árvore de natal. Hoje, a cerimónia religiosa do dia de natal celebra-se mais ou menos da mesma maneira que na época da minha infãncia, eu é que perdi a inocência e deparei com um mundo onde não existe paz entre os povos e onde não há alimento nem teto para todos. Sinto alguma saudade dos sons, das cores, dos cheiros e do encanto do natal da minha infância. A minha mensagem de natal: Que a marca"Natal" não se resuma apenas a uma marca que serve para fazer mais negócios, mas sim que a sua verdadeira essência entre no coração dos homens e os torne mais humildes e atentos ao vizinho que vive a seu lado.

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