Porquê que há dias que nada me inspira
Há dias em que a minha cabeça parece oca, nada que eu olhe me inspira para coisa nenhuma, fogem-me as idéias, fogem-me as palavras, tudo me soa a vazio e me puxa para baixo.
Se o dia está cinzento pior um pouco, olho o horizonte e não vejo nada, gosto das manhãs de Setembro ensolaradas, sentir a frescura da madrugada e da noite, não gosto desta cor cinza que me rodeia por todos os lados.
"Fui eu quem se fechou no muro e se guardou lá fora
Fui eu que num esforço se guardou na indiferença
Fui eu que numa tarde se fez tarde de tristeza
Fui eu que consegui ficar e ir embora
E fui esquecido
Fui eu
Fui eu que em noite fria se sentia bem
E na solidão sem ter ninguém fui eu
Fui eu que em primavera só não viu as flores
e o sol
Nas manhãs de setembro
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Nas manhãs de setembro"
(Vanusa)