Consulta médica por telefone
De máscara a tapar a boca e o nariz entro aquela porta, lá dentro desinfecto as mãos, dirijo-me àquela maquineta das senhas e tiro a senha correspondente ao serviço que necessito. Espero sentada num dos bancos da sala de espera, banco não banco sim pode se sentar uma pessoa, ficamos assim mais ou menos todos afastados uns dos outros. Passado poucos minutos outra maquineta me diz que posso entrar e lá vou eu. Dentro da secretaria digo que tenho um exame para mostrar ao Dr. e pergunto como é o procedimento. É dito que temos que marcar consulta pelo telefone e que deixo aqui o exame, o Dr. me telefonará no dia marcado sem hora.
Pronto, assim ficou. Chegado o dia da consulta, ando atenta ao telefone, o Dr. pode ligar em qualquer momento. Ligou a seguir ao almoço.
É a segunda vez que tenho uma consulta médica ao telefone, embora me sinta à vontade com este modo de consultar, confesso que não é de todo a mesma coisa, o não sentir a presença física do médico é um tanto estranho, a sensação que se tem é a de estar a conversar com outra pessoa que não o médico, é o de parecer estar a falar com uma amiga por exemplo, é ter a impressão de que há coisas que ficam por dizer, por esclarecer.
Ainda assim, tenho sorte de ter como médico de família uma pessoa muito atenciosa que se preocupa com os seus doentes e que, mesmo sendo consulta telefónica não me está a despachar, é atencioso, ouve com paciência as minhas questões e queixas, explica-me com clareza para que, e o modo como tomar a medicação que vai receitar, enviará a receita para o telemóvel como já é usual e, está ali quando preciso dele.
Por agora é o que temos, consultas pelo telefone que, como tudo também tem o seu lado positivo: não perdemos tempo em salas de espera, não gastamos combustível para ir até ao centro de saúde, não corremos o risco de apanha covid 19 e até podemos ter a nossa consulta sentada num banco de jardim. Um pouco menos tradicional que um consultório médico. Menos positivo: não vemos pessoas, não conversamos com os outros na sala de espera, não contribui para quebrar a solidão de quem a sente todos os dias.