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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Dia da Libertação

Maria, 02.10.21

Já lhe chamam o "dia da libertação" e porquê? apenas porque foram levantadas as restrições que impediam as pessoas de circularem sem máscaras e sem certificado digital em alguns locais. Mas o que significa isto "esta libertação"? De repente me senti livre para retomar as minhas rotinas que esbarraram com um monstro há dezoito meses atrás. Foi apenas momentâneo porque continuo a não me sentir livre desse "monstro" quando penso em viajar ou passear em grupo, ou quando penso em entrar numa sala de baile cheia de gente e dançar com que me apetecer, quando penso em abraçar e beijar as pessoas.

Não, para mim ainda não chegou essa hora, a hora de me sentir livre, de poder entrar em qualquer lugar sem a preocupação de ter a máscara no braço ou no bolso para usar sempre que necessário, ou a preocupação de desinfectar as mãos a cada momento, ou de poder abraçar e beijar as pessoas sem a sombra que paira sobre a cabeça.

Muitos dos nossos hábitos anteriores mudaram, habituamo-nos a novas rotinas, o uso da máscara vai nos acompanhar ainda por muito tempo, assim como a desinfecção das mãos, até porque adequar estes hábitos às nossas rotinas diárias vai ajudar a proteger-nos de outras doenças.

Posto isto, só me sentirei livre deste monstro quando me sentir à vontade em qualquer lugar sem a preocupação de usar máscara ou não, quando essa questão for apenas uma opção minha e não uma imposição do "monstro"!

Nessa altura terei a liberdade de uma gaivota!

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O chão e as máscaras

Maria, 13.02.21

Inicio a minha caminhada a partir de casa e vou caminhar sozinha até onde os passos me levarem. Visto uma roupa confortável, calços os meus sapatos de caminhar à prova de água e na cabeça ponho uma fita de malha. O telemóvel e os fones vão me acompanhar para ouvir música, escolho uma série de músicas portuguesas e ouço, Marisa, Camané, Carminho, Carlos do Carmo e outros que também gosto. Na mão levo uma pequena garrafa de água.

O dia estava claro, liberto das nuvens negras, do nevoeiro e das chuvas dos últimos dias. Não dá para ficar dentro casa hoje, pensa, tenho que sair. O sol já desponta e aquece. Mesmo em confinamento saio de casa, vou caminhar para sítios onde poucas pessoas andam.

É certo que tenho que atravessar a aldeia, mas até mesmo na aldeia quase não cruzo com ninguém, no entanto, como caminho sozinha estou mais atenta ao que surge à minha frente e, mesmo não encontrando gente nas ruas, a aldeia ferve de vida com as pessoas do lado de fora das casas dentro dos seus quintais entretidas com afazeres ou simplesmente a apanhar sol, um pouco de vitamina D é bem vinda, as roupas a secar ao sol dão vida e cor aos estendais, as janelas abertas de par em par renovam o ar das casas e alguns homens preparam terreno para plantar as plantas que lhe darão produtos frescos nas suas pequenas hortas no inicio da Primavera. Passo por uma senhora que está a despejar o lixo, reparo no seu cabelo branco e o sol que incide sobre o mesmo empresta-lhe uma luminosidade e reflexos extraordinários nos fios. Achei aquele cabelo lindo.

Quando deixo a aldeia para trás, entro numa zona de pinheiros onde o caminho é de terra, mas tem pouca lama, avisto uma coisa azul claro pendurada num galho de um carrasco, ao aproximar-me vejo que é uma máscara.

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Durante as minhas caminhadas encontro com frequência máscaras caídas nas bermas dos caminhos ou das estradas, não entendo o porquê ou o que é que custa colocá-las no sitio certo. Existem tantos contentores espalhados por todo o lado, e uma máscara é uma coisa tão pequena, porquê deitá-la no chão. Muitas vão parar ao mar levadas pelo vento e pela água das chuvas. É extremamente desagradável o cenário que se nos depara com as máscaras caídas aqui e ali. Uma falta de respeito para com o próximo e para o ambiente.

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Gosto de rios, ribeiros, ribeiras e quedas de água, devido às chuvas constantes que têem caído, encontro com alguma regularidade estas águas correntes. A água tem um poder calmante sobre mim!

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No fim de uma hora e meia de caminhada, chego a casa. Foram 8 Kms!

Os que limpam as bermas das estradas

Maria, 02.08.16

A subida é um pouco íngreme, o carro sobe a velocidade reduzida, mais atrás estava um sinal de "obras na estrada". Encontro-os, são aqueles que, de máscara na cara, boné na cabeça, luvas fortes nas mãos e uma máquina que seguram com as duas mãos, cortam toda a vegetação seca que cresceu e secou nas bermas da estrada, depois, vão com outra máquina que faz vento e empurram todo o lixo cortado para um monte. Uma carrinha da Junta de Freguesia virá posteriormente recolher. Estes homens trabalham debaixo de um sol forte, a poeira entra-lhes no corpo, os braços fortes ficam cansados pelo tropidar daquelas máquinas.

 

Estes homens merecem todo o nosso respeito, eles executam este trabalho não só para que a estrada ofereça uma boa impressão aos nossos olhos mas também, para que as estradas ofereçam melhor visibilidade aos condutores e para que os animais não se escondam e saltem de repente à frente de um carro.

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 (Imagem tirada da net)

 Antigamente, antes de haver estas máquinas, este trabalho era feito pelos "cantoneiros" uma profissão que já caiu em desuso, assim como muitas outras, era frequente vê-los um dia inteiro de enxada na mão a cortar as ervas que cresciam nas bermas da estrada, era um trabalho muito moroso e doloroso. Felizmente agora existem máquinas para todas as tarefas!

Os Desafios da Abelha

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