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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Tenho que telefonar a alguém

Maria, 19.02.21

A seguir às notícias do jornal da noite, mudava de canal para a net flix, procurava um filme, de preferência histórico e longa duração para estar absorvida até à hora de dormir. Um som vindo do telefone avisa que alguém está a tentar entrar em linha, coloca o filme em modo de pausa e olha o mostrador, vê o nome, a primeira impressão que tem é - não me apetece falar com ele, estou a meio de um filme, mas logo a seguir muda de pensamento - é melhor atender - pode estar a precisar de falar com alguém, sabe que ele está sozinho.... atende.

Antes da situação pandemica que atravessamos, ele saía todos os fim de semana para se divertir os com amigos e amigas, o seu trabalho é duro e necessita daquele escape para bem da sua saúde mental. Agora, isso não é possível e fica por casa, não tem onde ir, vive sozinho dentro daquela casa enorme, composta por grandes divisões vazias e frias, vazias de tudo, os poucos móveis que a compõem parecem canoas num oceano, as janelas são despidas e o chão já viu tapetes e carpetes... pode não estar a ser fácil suportar a falta de convívio, a solidão que se estende!

Viver só tem o seu lado bom e o seu lado menos bom também. O nosso estado de espírito muito contribui para sentir as diferenças, as vantagens e desvantagens. Viver só nem sempre é uma opção, quase nunca é uma opção, as várias circunstãncias da vida empurram uns e outros das mais diversas formas para um viver só dentro de uma casa. Há pessoas que lidam muito bem com isso mas outras não

Atende:

- do outro lado: olá, está tudo bem contigo?

- sim, está tudo bem comigo e com a família graças a Deus, e tu, estás bem?

Assim começou a conversa: sabes, estava mesmo a precisar de falar com alguém e escolhi-te porque sei que me sabes ouvir, me sabes escutar, estava a ficar deprimido aqui em casa sozinho....e gosto de conversar contigo.... . Ali ficamos a conversar e a rir de tudo e nada durante um pedaço de tempo... criamos um momento de descontracção que acabou por ser bom para os dois. O filme continuava em espera.

O filme pode esperar, amanhã ele continua lá, enquanto que, para esta pessoa o facto de ter tido alguém para conversar tenha sido a coisa que mais luz tenha dado ao seu dia!

A pandemia, o confinamento, a solidão são uma factura muito alta que todos estamos a pagar!

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Desafio dos pássaros - Atualizem-me, por favor!

Maria, 13.04.20

O sol já se põe no horizonte, a noite não tarda em cair e daqui a nada estão aí as notícias das oito; os números, sempre os números, chegam de todas as partes do mundo, o cenário sempre igual e aterrador; somos personagens dum filme de ficção (pessoalmente não aprecio filmes de ficção) e agora vejo me envolvida na rodagem do mais aterrador filme não imaginado. Um filme rodado fora de salas de estúdio, fora de cenários criados ou locais escolhidos. Um filme onde as personagens andam de máscaras, onde as mesmas personagens se obrigam a manter distanciamentos e a ocultar a manisfestaçao de afetos. 

Ando a ver muitos filmes e até já sonho com eles, já não distingo a ficção da realidade! Preciso com urgênia que algúem  "me atualize por favor"!

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Meu nome é Alice

Maria, 08.05.19

Decididamente há certos filmes não deveria ver à noite, e o exemplo disso é este "Meu nome é Alice", um filme que retrata o drama de uma mulher que tem uma vida familiar feliz, uma carreira brilhante como professoara universitária, é uma mulher inteligente e realizada de cinquenta anos que percebe o que lhe está a acontecer quando começa a esquecer-se de palavras, de objetos, de lugares...  Quando consulta o neurologista  e faz os exames, estes dão possitivo, é portadora da doença de Alzheimer precoce rara, um tipo de demência que provoca uma deterioração progressiva e irreversível da memória, atenção, concentração, linguagem e pensamento. 

Alice é uma mulher muito inteligente e forte, tem plena consciência do que lhe está a acontecer e de que o futuro lhe reserva, por isso tenta viver o melhor possível cada dia, mas a doença não perdoa e progride muito rápidamente. Num espaço muito curto de tempo a vida de Alice muda como a noite para o dia....

Já trabalhei com doentes com Alzheimer, pessoas idosas, e sempre me impressionou esta degradação humana, mas desconhecia que podia acontecer a pessoas tão novas e que a degradação fosse tão rápida em idades mais precoces, por isso este filme me tirou o sono nessa noite!

Niguém está livre pois estamos todos debaixo do mesmo telhado!

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(Imagem tirada da net)

 

O paciente inglês

Maria, 28.01.17

Um filme que já conta com duas décadas, que de vez em quando oiço falar e que nunca calhou ver. Para esta tarde invernosa de sábado foi o filme escolhido. Um filme que me prendeu ao ecrã, embora a história que se desenrola não tenha nada de especial, narra a história de um homem que foi encontrado no deserto com queimaduras tão fortes que ficou irreconhecível , a quem deram apenas o nome de "paciente inglês". Foi levado para um mosteiro onde uma enfermeira se interessa e cuida dele. A história desenrola-se durante a segunda guerra mundial e retrata os dois momentos da vida do paciente, a parte em que ele se apaixona pela mulher do amigo e vive um romance com ela e a parte em que ele está queimado e se vai lembrando das coisas que aconteceram e o deixaram preso aquela situação de sofrimento. Por fim ele pede à enfermeira que lhe dê uma dose maior de morfina e lhe pede que leia para ele até adormemecer!

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Os Desafios da Abelha

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