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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Cheira a Verão

Maria, 04.07.24

Aproveitando um convite para almoçar umas sardinhas assadas na Ericeira, bem pertinho deste hotel, muni-me do material da praia para depois do almoço a aproveitar já que estava ali tão perto. O sol e a temperatura do ar convidavam a banhos de sol e de mar.

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A bandeira está azul, o mar está calmo, o sol aquece... Agora sim, agora cheira a Verão!!

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Caminhos de Santiago

Maria, 12.06.24

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Quando uma pessoa amiga me disse que ia fazer os Caminhos de Santiago, nem pensei duas vezes e perguntei de imediato se eu poderia integrar no grupo. A ideia de fazer esses caminhos já vinha fervilhando na minha cabeça a algum tempo, só que não sabia como ir. Naquele dia vi claramente que havia chegado o momento.

Rapidamente me integrei no grupo (um pequeno e fantástico grupo) e durante alguns meses fiz com eles  caminhadas de preparação semanais. Tudo experimentamos e tudo aprendemos para podermos fazer a nossa peregrinação sem percalços e sem bolhas.

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No dia da nossa partida viajamos desde o nosso local de origem de autocarro e de comboio até Valença do Minho, começamos a caminhar a partir daí, dormimos a primeira noite num hotel em Tui. Começamos a carimbar as nossas credenciais de peregrino no restaurante onde jantamos. Foi o nosso primeiro carimbo.

No segundo dia caminhamos até Porrino, foi um percurso feito quase sempre debaixo de chuva, nos valeu as capas e as botas que nos mantiveram o corpo e os pés secos, não deu porém, para poder apreciar o caminho como queríamos, mas estávamos apenas a começar, no entanto, a nossa boa disposição fez com que a chuva fizesse apenas parte de uma peregrinação a Santiago, íamos preparados para isso e caminhamos felizes com o "põe capa, tira capa". Em determinada altura começa-se a ouvir o som da gaita de foles, é lindo, é tocante, enche o coração.  O gaiteiro está no caminho para animar a caminhada de outros, pomos algo na cesta. É a música, é o vendedor de fruta, são os sítios onde os peregrinos deixam coisas com os seus nomes gravados, são as vieiras com a cruz de Santiago,  são os marcos com as setas e as vieiras a indicar o caminho e a distância que falta percorrer, são as pessoas que encontramos, são as botas gastas que alguém deixou.....

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Terceiro dia já sem chuva caminhamos ate Cesantes, fomos sempre encontrando pessoas com o mesmo destino que nós, muitas pessoas a fazer o caminho sozinhas,  principalmente jovens. Também encontramos pessoas de mais idade e por vezes com alguma dificuldade em andar (é preciso muita coragem). Foi espectacular, quando chegamos à praia de Cesantes, os pés quentes dentro das botas e cansados, agradeceram o terminar deste percurso a caminhar na água à beira mar. A água fria e o caminhar na areia molhada foi um bálsamo super reconfortante para todo o nosso corpo. Depois de um almoço bem divertido descansamos na praia a ver os "desportos náuticos" que se faziam naquela praia.

Quarto dia, hoje chegaremos a Pontevedra, caminhos lindos nos esperam, rios, ribeiros, floresta, o cantar dos pássaros o som da água seguindo o seu curso, os cheiros, as brumas que nos dão a sensação de estar numa cena do filme do "senhor dos anéis" como disse uma colega; uma sensação de caminhar noutro mundo em direcção a algo maior. A tarde foi passada a visitar Pontevedra!!

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Quinto dia, o nosso guia nos leva a ver a cascata de "Fervenza do Barosa", brutal, esta cascata é brutal, linda de mais, todo o grupo banhou os pés na água gelada da cascata. Os pés cansados deixaram de o estar. Não nos cansávamos de ouvir o som da cascata e de contemplar a queda de água, aquele local é de uma beleza surpreendente. Caminhamos até até Caldas dos Reis onde  almoçamos. Começou a chover na hora do almoço, o restaurante serviu pratos super generosos, quase ninguém conseguiu comer tudo. De seguida mais uma surpresa do nosso guia, um lavadouro de água termal e quente nos espera, todo o grupo agora vai mergulhar os pés e pernas na água quente, rimos, divertimo-nos, parecemos crianças a quem se dá um brinquedo, outras pessoas  de outras nacionalidades se juntaram a nós. Vamos pernoitar em Caldas dos Reis num Apartamento com quartos para todos. Estamos muito cansados, o tempo está de chuva, aproveitamos para descansar, compramos umas coisas e fizemos o jantar no apartamento! Lavamos roupa.

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Sexto dia, hoje seguiremos até Padron, está quase.... agora que está quase, começamos a sentir saudades daquilo que está quase a terminar, têm sido dias fantásticos. Fazemos aquecimento antes de começar a caminhar, terminamos a caminhada com os devidos alongamentos, tomamos o pequeno almoço nos cafés, cantamos músicas alegres, rimos, pomos flores nos cabelos e nos chapéus, atravessamos linhas de comboio, tiramos muitas fotos para mais tarde recordar, carimbamos as nossa credenciais em todos os sítios onde vamos,  nesta fase já vai muito preenchida, vamos em direcção a algo maior, somos felizes. A tarde é passada a visitar a cidade de Padron!

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Sétimo dia, a nossa chegada à Catedral de Santiago é triunfal, batemos palmas, abraçamo-nos, rimos, voltamos a abraçar, fizemos os últimos alongamentos nos claustros onde a Tuna dos Estudantes costuma tocar. O nosso guia pega nas nossas credenciais repletas de carimbos dos locais por onde passamos e vai buscar a as respectivas "Compostelas do Peregrino". Depois visitamos a catedral, fico impressionada com o esplendor e ostentação do altar, imenso e todo dourado, ingressamos a fila para visitar o túmulo de Santiago. Quando saímos da catedral caminhamos mais vinte minutos pelas ruas de Santiago até chegar ao nosso alojamento, um hotel perto da estação rodoviária. As nossas mochilas já lá estão à nossa espera, tomamos banho e saímos para ir assistir à missa , chegamos uma hora antes para podermos assistir sentados. Quando terminou fomos jantar, pouco tempo há para descanso.

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O nosso jantar é cheio de peripécias que nos fazem rir, assim como têm sido todas as refeições, tomamos café, bebemos o "chupito", saímos para a rua e vamos ver a Tuna que está a tocar nos claustros, rapidamente nos pomos a dançar ao som da música deles, no fim toda a gente bate palmas. O nosso guia diz que esta é uma "viajem de finalistas". Cansados e felizes e, porque já se faz tarde voltamos para o alojamento passeando pelas ruas de Santiago. Amanhã é dia de regressar à rotina das nossas vidas. Viajaremos de autocarro até ao Porto onde vamos almoçar e seguiremos de comboio até à cidade de onde partimos, depois outro transporte até casa!

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Foi uma experiência única, vivida com muito companheirismo, muita interajuda, muita animação. Um caminho percorrido vivido intensamente que ficará na memória de todos!!

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Muitas histórias vividas com alegria, com emoção, com sentimento ficam ainda por contar!!

 

 

Pulsar de vida

Maria, 15.06.22

Nesta primavera com temperaturas de verão, e quando o inverno não nos visitou, não é de admirar que os lagos, charcas e barragens estejam muito aquém da sua capacidade, dói, olhar e ver toda aquela superfície descoberta que devia estar coberta de água, dói quando se caminha pela serra e não se encontra um fio de água corrente, dói sentir o clamor da terra, dói sentir o apelo estridente dos ribeiros, dói sentir a falta da frescura natural da serra.

Ainda assim no meio de tanta dor, ainda que o pó se espalhe no ar, ainda que as pedras do caminho se soltem da terra, ainda que os galhos nos piquem as pernas, ainda que os sapatos escorreguem nos grãos de terra seca, ainda que o sol nos queime a pele... ainda assim, nós, os caminhantes, os ciclistas e aqueles que vão nas motas, ainda assim a serra pulsa de vida.

E neste pulsar de vida existem pequenos milagres se assim o quisermos chamar, ou "horas de sorte" como outros lhe chamarão. O caminho é uma descida incrível cheia de socalcos e pedras e no meio do nada, algo toca, um som de telefone vindo do chão desperta a atenção dos caminhantes.... que é isto??? todos os olhares se viram para o sitio de onde vinha o som e ali caído no meio das ervas estava ele. Alguém pega e atende a chamada, do outro lado alguém atende... era o proprietário do mesmo que na sua busca   ia ligando para ver se o ouvia tocar. Chamaremos a isto "Hora de sorte" "pequeno milagre"!!!! ou apenas uma boa coincidência o facto de este pequeno grupo de caminhantes estar a passar ali precisamente na hora que o telefone tocou, porque se não tocasse ninguém daria pelo aparelho uma vez que ele estava meio escondido nas ervas. Há coisas que nos fazem pensar que nada acontece por um simples acaso!

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O meu olhar sobre a Ucrânia

Maria, 21.03.22

Há cerca de um mês num país chamado Ucrânia, a vida dos cidadãos, das famílias, das crianças, era em tudo igual à dos outros países, cidades, vilas e aldeias. Era toda uma sociedade, em que cada um desempenhando o papel que lhe competia geria e fazia girar uma máquina que calibra e dá equilíbrio a uma esfera que se chama vida. As noticias viviam em prol de uma pandemia com o nome de covid-19.

Ao vigésimo quarto dia do mês de Fevereiro do ano 2022 pelas 3.h30, os soldados soviéticos guiados pela mão de um presidente lunático, um assassino, dão inicio a uma invasão sobre a Ucrânia, com intenção de tomar Kiev em poucos dias porém, não estavam a contar com uma resistência poderosa como se tem verificado pela parte do exército e povo ucraniano. 

Assim, de um dia para o outro o povo ucraniano se vê a correr para abrigos subterrâneos quando se ouvem as sirenes, enquanto as suas casas, os seus hospitais, maternidades, escolas, serviços públicos e infra-estruturas essenciais são bombardeados sem dó nem piedade, para além de uma infinidade de alvos militares. Com o passar dos dias e um conflito cada vez mais intenso, são milhões de pessoas que fogem da guerra de comboio, de carro, a pé com apenas uma mochila, crianças e animais ao colo para países vizinhos  e outros um pouco mais distantes como Portugal.

As noticias e imagens que nos chegam todos os dias são de dor,  de sofrimento, de perda de quem ficou sem nada, de quem ficou com a família dispersa, destruída, sem casa, sem rumo. Assistimos de coração partido à destruição de toda uma vida de cada pessoa em particular que vivia naquelas cidades agora reduzidas a escombros. 

As noticias vindas da Rússia russo, são poucas e escassas nada dizendo de real, mas sim, apenas e só o que Vladimir Putin e a sua comitiva deixam e fazem questão que se saiba, já ninguém acredita naquele louco (outro Hitler). Porém os soldados russos estão tão expostos com os soldados ucranianos e uns e outros estão  a ir para uma frente de batalha  que ninguém  quis. Existe porém uma diferença entre uns e outros, os ucranianos estão a defender uma Pátria enquanto muitos soldados russos nem sabem o porquê de atacar a terra dos outros, tão somente porque o Sr. Putin assim o decidiu.

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É hora de escrever

Maria, 03.03.22

A Primavera chegou ao meu espaço, deu-lhe luz, força e confiança.

Quando o cansaço, o desânimo e a vontade de desistir tomam as rédeas, porque a mente está bloqueada, a inspiração e a criatividade se foram, até as palavras parecem fugir do alcance, eis que surge uma pequena vela que se acende, e aquela pequena luz possui um dom enérgico e mágico, dá uma vida nova a tudo o que  parecia ter uma carga negativa.

Essa pequena vela acendeu hoje no meu espaço com um desejado destaque pela equipa Sapo em Caminhos da serra. Não posso dizer que não ligo a um "destaque" , porque ligo sim e muito, deixa-me muito feliz. É a pontuação máxima ao meu teste, e quem não gosta de ter uma boa pontuação num teste?

Escrever, escrever muito é uma terapia tão boa como ler, porém, tão ignorada por tanta gente que não tem hábitos nem de uma coisa nem de outra. Quando escrevemos conseguimos nos abstrair do nosso tempo real, de situações que nos fazem sofrer e entrar no tempo da nossa narrativa visualizando cenários que apenas só nós podemos ver mas que queremos que os outros consigam ver através das nossas palavras.

Escrever é como ler, absorve e relaxa a nossa mente.

Enquanto pensamos nas palavras e as escrevemos no papel ou no ecrã de um computador, para resumir o que nos vai no pensamento, dentro do nosso mundo, aquele que é só nosso, ou aquilo que queremos partilhar com os outros, é um tempo em que a nossa mente se ausenta da trivialidade do dia a dia, para nos dedicarmos a algo que nos dá prazer!

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Os Desafios da Abelha

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