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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Pobre gato

Maria, 17.11.17

Saiu de casa e com alguma pressa pegou no carro e se fez à estrada, poucos metros tinha ainda andado quando, assim do nada, um bichano surge e se atravessa na frente do seu carro, não teve tempo para nada. Quando olhou o retrovisor viu o gatito mexer-se e atarantado tentar levantar-se.

Encostou o carro na berma da estrada e saiu para verificar se tinha magoado o coitado. Na realidade quando chegou ao sítio não havia vestigios nem de gato nem de qualquer ferimento. Pensou, felizmente que nada aconteceu ao bicho, mas que levou um susto valente, lá isso levou. 

Voltou a entrar no carro e pelo caminho foi pensando no pobre animal, será que ficou ferido e conseguiu fugir dali, pode ter uma perna partida ou qualquer outra parte do corpo magoada, mas como saber? Costuma-se dizer que os gatos têm sete vidas, este provávelmente agora só tem seis porque esteve muito perto de perder uma.

Os gatos são uma "fofura", jamais faria mal a um gato propositadamente, não são raras as vezes que os vê desfeitos na estrada e se compadece sempre, sabe que existem pessoas que o fazem de propósito. Muitas vezes não há como evitar, eles se atravessam na frente, surgindo do nada no momento menos propício.

Vamos lá "gatitos" tenham mais cuidado com vocês mesmos ...... 

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O menino lindo da avó

Maria, 13.12.16

Sou o menino mais novo da sala, ainda necessito de ajuda para ir á casa de banho e ao refeitório, mas faço tudo sozinho, a sanita, o lavatório e o cabide para pendurar o casaco são todos à minha medida, dispenso a ajuda dos adultos para muitas tarefas, aliás, eu sei que sou um menino pequeno mas também sei que sei fazer as coisas como os adultos por isso, quando a minha avó me vai buscar à escola e a porta da sala se abre, a educadora chama o meu nome, saio disparado por aquela porta direitinho à minha avó, que ela até fica zonsa com a minha energia, ponho-me a imitar a voz de alguns animais e ela fica admirada a olhar para mim. Dou-lhe um grande beijinho, ela fica toda derretida e pergunta - quem é o menino mais lindo da avó? logo respondo todo babado, o meu nome. Depois, obriga-me a ir à casa de banho mesmo que eu não tenha vontade de fazer nada, ela sabe que ainda me descuido, que às vezes molho as calças e não quer de jeito nenhum que eu molhe o banquinho do carro dela onde me sento. Eu sei isso e lá vou lhe fazer a vontade. Vocês podem não acreditar mas eu sou um menino bem comportado, embora tenha cá o meu feitio por vezes um bocadinho dificil, mas então, vou ser um homem e um homem tem que ter a sua personalidade.

Quando chego à casa da minha avó, nem a deixo fechar o carro, peço-lhe logo o comando e eu mesmo fecho o carro, depois dou-lhe o comando, uma vez meti o comando no bolso do meu casaco e foi um problema para o encontrar assim, agora dou-lho logo para que não volte a acontecer desagrados desses. A seguir fecho sozinho o portão da entrada, a minha avó fica pasmada com as coisas que faço, é que eu ainda não tenho 3 anos.

Já em casa e é hora de lanchar, não preciso que me digam nada, vou direitinho à gaveta dos panos, tiro de lá um e estendo na mesa, digo à minha avó que não quero leite com chocolate, mas sim um yogurte, vou buscar a colher e como o yogurte num ápice, entretanto já tirei uma banana da fruteira e a estendo à minha avó para que ela corte só a pontinha porque eu é que a descasco, ela trás-me uma fatia de pão com manteiga e nem preciso que ela me diga para comer. Rápidamente acabo o meu lanche e sei que a seguir é hora de dormir uma pequena sesta na cama dela, quero que ela se deite comigo, gosto de segurar a sua mão enquanto adormeço, sei que depois ela larga a minha mão e vai embora porque quando acordo ela não está mais lá. Adoro a minha avó e sei que ela também me adora, sem vaidades sei que sou o menino lindo dela!

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Como olhamos para o nosso carro

Maria, 16.05.16

Há sonhos que temos durante uma vida, que nunca passarão disso mesmo, sonhos; sonhamos com coisas que sabemos à partida, que nunca acontecerão. Esses são os sonhos que preenchem os nossos devaneios, os momentos em que a nossa mente parece se separar do nosso corpo e assumir uma individualidade própria.

 

Podemos estar assim, com essa sensação de fuga a "sonhar" ou a viver coisas impossíveis, que nem sempre são sonhos. A isso eu chamo "uma vida extra".

 

Estes sonhos ou devaneios não se dirigem apenas a riquezas materiais e a vidas luxuosas. Existem actos, valores morais, riqueza interior e enrequecimento pessoal que também são responsáveis por levar a mente a outras dimensões a ponto de, quando recuperamos, termos a sensação de se ter andado perdido durante algum tempo que podem ser segundos como periodos maiores.

Quantas vezes já me aconteceu ter feito uma viagem inteira e não me recordar de ter visto os sítios por onde passei, nem sequer o que vinha a pensar. Nestes percursos a minha mente andou perdida ou sonânbola, não sei que nome lhe dar.

 

Depois, há os outros sonhos, aqueles que temos enquanto dormimos, aqueles que por vezes nos fazem acordar em sobressaltos, é de um desses sonhos que passo a descrever agora.

 

Imagine que vai meter gasolina no carro, chega à bomba, porque precisa de ir falar com alguém que ali está próximo, sai do carro, fecha a porta, tira a chave, e vai falar com esse alguém. Quando volta para meter o combustível no carro, só vê o lugar, do carro nem sombra. Desnorteada olha para todos os lados, o carro tem que estar por ali, tem a certeza que o deixou ali, fala com pessoas, ninguém viu nada. Desata a chorar, ficou sem carro, não tem dinheiro para comprar outro como aquele. O carro são as suas pernas. Aflita, acorda e percebe que aquilo não passou de um sonho, sossega e volta a adormecer porque a noite ainda é uma "criança". (Espero que não se concretize). 

 

Dizem que não sentimos falta daquilo que nunca tivemos, (não concordo muito com esta expressão mas este será um tema para outra ocasião). Quando se tem um carro há varios anos, se por qualquer motivo ficarmos sem ele, vamos sentir a sua falta na nossa vida, e muito. Além da falta que ele nos faz no dia a dia, ao longo do tempo fomos estabelecendo com ele um acentuado sentimento de pertença, de companheirismo e uma empatia como se pessoa e carro fossem um só!

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Pilares daqui e dali

Maria, 30.04.16

Desci a rampa, tirei o tiket, a cancela abriu. Bolas, que estacionamento apertado, comentei logo para mim mesma. Está um lugar ali ao canto, vou arrumar ali. O lugar, para quem está muito habituado a estacionar em estacionamentos subeterrãneos apertados, até que nem era mau, havia pilar aqui, havia pilar ali, agora olha pelo retrovisor da direita, agora olha retrovisor da esquerda, agora olha retrovisor central, agora anda para trás, agora anda para a frente, aquilo estava a apresentar algumas dificuldades.

Estava a minha viatura quase arrumada quando vejo sair um carro de um lugar mais fácil. Não estou com meias medidas, avanço para lá, ficou logo arrumadinho ali à primeira. Boa. Para sair também vai ser melhor, penso.

 

Quando foi para sair, embora estivesse fácil, havia que ter muita atenção aos pilares, eles estavam ali a marcar presença e a suportar o peso do edificio, não queria dar mais uma moça ao carro, ele já tem duas ou três moçazitas ligeiras, não faz falta mais nenhuma. Começo a fazer a manobra de marcha atrás, o funcionário que ali estava veio logo em meu auxilio, se calhar ele está ali precisamente para isso, para ajudar as pessoas a não bater no diabo dos pilares, ainda mandam o edificio abaixo, isso é que era um prejuízo complicado...

 

Bem, com tudo isto, ele ainda passou o tiket na máquina para sair, não tive que esticar o braço, às vezes o braço fica tão longe que não chego à máquina, a cancela levantou, subi a rampa, porque há sempre uma rampa, virei à esquerda, porque era para a esquerda que tinha que ir e segui o meu caminho!

 

Obrigada Sr. Funcionário.

 

Os Desafios da Abelha

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