Quem diria que a palavra "Lápis", uma palavra tão simples que dá o nome a um objecto igualmente muito simples mas de uma importância vital, serviria para inspiração da proposta da Mel e da Mula para o desafio desta semana!
Saiu esbaforida porta fora, ele de dentro de casa dizia "ao menos fecha a porta", mas ela nem o ouvia e já seguia a uns bons passos distante da porta, maço de cigarros na mão, isqueiro na outra e a cabeça num turbilhão de pensamentos desordenados... seguia apressada estrada fora, sem qualquer destino, apenas queria sair dali, afastar-se dele, as coisas neste dia estavam a correr mal e logo a seguir ao dia dos namorados. Ontem até tinham ido jantar fora, um jantar bem romãntico e à noite tinham feito amor, agora isto, uma simples troca de palavras desencadearam uma forte discussão e o resultado estava à vista. Querendo evitar que as coisas azedassem ainda mais saíra porta fora para acalmar as ideias com a frescura da noite, talvez, olhando as estrelas, conseguisse racicionar com mais clareza.
Ele saiu atrás dela, com palavras calmas tentou apaziguar a situação, mas ela estava tão magoada ou zangada que não lhe deu ouvidos, pediu-lhe somente que a deixasse sozinha, que precisava de caminhar na noite, que precisava de olhar as estrelas sozinha para se acalmar.
Ele respeitou a decisão dela e voltou para casa preocupado, pois ela ficara sozinha na rua na noite fria, ele gostava muito daquela mulher, mas às vezes aconteciam estas discussões, ela tinha um temperamento dificil, sabia que depois da tempestade viria a bonança como tantas vezes já tinha acontecido, mas de repente um receio vindo não se sabe de onde atingiu-lhe o cérebro - e se desta vez ela vai embora de vez e não me quer mais - assim pensou, quase entrou em pánico. Não queria perder aquela mulher por nada, tinha aprendido a ser feliz com ela apesar das querelas que às vezes surgim.
Numa relação a dois por vezes há dias assim!
(Este é um texto de ficção, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)
Hoje os restaurantes estarão decorados com corações e estarão cheios, as mesas estarão compostas com duas pessoas, os corações palpitam, trocam-se presentes, olhares apaixonados, oferece-se flores e cantam-se serenatas. A magia da paixão paira no ar.... que bonito é o amor....
O amor não escolhe idades, é belo em qualquer idade, quando ele acontece tudo passa a ter mais cor, mais interesse, mais vida, não é possivel viver feliz sem amor.
Porém, outras situações existem fora desta festa do amor. Pessoas desiludidas, despidas de amor, maltratadas por quem já as tratou bem, vivem dentro de portas fechadas ao amor a aos outros, vivem sozinhas dia após dia tentando retirar uma centelha de felicidade ao que a vida lhes oferece.
Caminho sozinha pelos passeios desta vila, cruzo com dezenas de pessoas, algumas também sozinhas como eu, outras vão acompanhadas mas, olhando bem, dá a impressão que também essas vão sozinhas, que ali caminham para preencher um qualquer vazio que existe dentro delas, começo a imaginar o que se passará na cabeça delas. Se também elas sentem o peso da solidão e da desilusão da vida. Imagino cada pessoa, um mundo... um mundo impenetrável onde cada um é dono, mas um mundo tão pequeno e apertado onde não existe uma frecha para deixar entrar alegria, espontaneedade. Para viver o amor é preciso que o mundo de cada um consiga estar aberto aos outros.
Hoje é o "dia dos namorados" Um pouco de história de S. valentim que originou a comemoração deste dia:
"O imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Cláudio acreditava que os jovens, que não tivessem família, ou esposa, iam alistar-se com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentim e as cerimonias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega, Artérias, filha do carcereiro, a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentim. Os dois acabaram apaixonando-se e, milagrosamente, a jovem recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim foi decapitado em 14 de fevereiro de 270."
Habitualmente a senhora Matilde sentava-se naquela cadeira já gasta pelo tempo onde colocava a almofada preferida também ela muito coçada pelo uso, a senhora Matilde gostava de se sentar ali e desfrutar do calor que o sol lhe proporcionava àquela hora do dia. Uma jovem abeira-se dela e carinhosamente conversa com ela como tantas vezes já o havia feito, a jovem gostava de ouvir as histórias de outros tempos que que a senhora se ia lembrando e contando. Porém, naquele dia era um dia especial, era o último dia do ano, e a jovem lembrou-se de perguntar à tia Matilde, dirigindo-se a ela desta forma: - Tia Matilde, como sabe, hoje é o último dia do ano, se a senhora não levar a mal, gostava de lhe perguntar que desejos a senhora gostaria de obter para o ano que se vai iniciar?
Uma pausa feita de silêncio que a tia Matilde gerou, foi o momento em que precisou para pensar na resposta que a coriusidade da jovem alimentava, e assim lhe respondeu: - Minha querida, vou revelar-te o que anseias saber, mas desde já te digo que os meus desejos de hoje são os mesmos que me acompanham há muitos anos, toda a minha vida tenho ouvido falar de guerras, ainda era muito jovem e já ouvia falar da segunda guerra mundial, depois no Vietname, Kosovo, tantas outras, actualmente a situação da Síria e o terrorismo, por isso os meus desejos são sempre dirigidos, ano após ano para os mesmos objetivos:
- Que os países que estão em guerra e que tanto sofrimento causam nas pessoas, possam chegar a bom entendimento e alcancem a paz.
- Que as pessoas em geral consigam ver um pouco mais além que o seu umbigo e descubram o vizinho que sofre. - Que cada um consiga discernir entre o verdadeiro e o falso de forma a não tomar tudo pela mesma moeda. - Que o novo ano traga novas ideias e novas energias ao mundo e a todas as pessoas em geral de forma a vivermos num mundo melhor!
Desejo também Paz, Saúde, Amor e Alegria para todos os homens e que cada um consiga ser em cada dia um pouco melhor que no dia anterior!
A jovem em silêncio ouviu a tia Matilde que assim falava e ousou argumentar: - Mas tia Matilde, e para si, apenas para si não deseja nada em especial? - Minha querida sobrinha que mais posso desejar para mim que não esteja englobado no que desejo para os outros?