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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Relação amorosa

Maria, 01.12.15

Quando, ainda menina habituara-se a ver a Senhora Alberta, mais conhecida por Berta, sentada no banco do automóvel em dias de sol, na companhia de um homem que era seu amante (um homem casado), os dois coversavam e desfrutavam a companhia um do outro, o sentimento que os unia, ela, ainda criança, jamais saberia. Nessa época, uma relação assim causava estranheza e era motivo de conversas nos lugares pequenos onde toda a gente se conhece e, onde toda a gente sabe tudo da vida uns dos outros. A Senhora Berta era uma senhora solteira (ou solteirona) como se  dizia na altura, de feições bonitas e finas, arranjava-se muito bem, vivia sozinha com o seu gato amarelo de pêlo macio e bem tratado. Era frequente vê-la no jardim a cuidar das suas plantas. Na Primavera, quando as roseiras começavam a florir, o jardim era uma explosão de rosas de todas as cores. Pelos seus modos educados e a forma cuidadosa que dedicava à sua aparência, era uma senhora diferente das restantes senhoras daquela aldeia. Porém, esta diferença não impedia que todos lhe dedicassem o devido respeito. Não tinha filhos nem sobrinhos, tinha aquele homem, o companheiro que lhe preenchia o vazio que habitava a sua alma e corpo. O Senhor X e a Senhora Alberta já não eram novos, iam envelhecendo unidos pela aquela relação ou aquele amor a que se tinham habituado. Certa altura, o senhor deixou de aparecer e soube-se na aldeia que tinha morrido. A senhora Alberta que só o tinha a ele, ficou entregue à sua solidão de mulher sem companheiro, sem filhos, sem sobrinhos, sem familia alguma. Entrou num estado de melancolia e tristeza e começou a definhar lentamente. Era difícil lidar com a perda e a idade um pouco avançada também não ajudava, a tristeza que lhe invadia a alma ia-a consumindo dia após dia, também não era senhora de muitas conversas. Tinha uma vizinha que era a sua única a amiga, que lhe dava algum conforto moral.  A senhora Alberta vivia numa boa casa, que era sua, pintada de cor verde, com o tal jardim que ela cuidava com a ajuda de um jardineiro. Quando adoeceu gravemente, a amiga cuidou dela com o amor e carinho como se de uma pessoa de familia se tratasse, a casa iria ficar para ela, estava escrito em testamento. A relação de amizade que estabeleceram ao longo dos anos foi o raio de luz que iluminou  os últimos e dificeis momentos da Senhora Alberta! 

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Os Desafios da Abelha

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