Fui ver o rio
Olho o leito do rio com desalento, um fio, apenas um fio de água ainda se aguenta a percorrer o caminho, mais à frente esse fio vai ser travado, as hortas que estão nas margens alimentam-se dessa água que o rio trás. Ergo os meus olhos ao céu, detecto algumas nuvens, as previsões dizem que vai cair alguma chuva, tenho as minhas dúvidas....
A terra abre-se em frestas com a secura e, em um local ou outro assiste-se com algum espanto à resiliência da flora, como pode uma planta tão frágil germinar e desenvolver-se num local tão árido.
A seca que nos atinge é uma forma de a natureza colocar à prova a resiliência humana, ou uma forma de nos avisar de que devemos ter mais respeito pelo meio que nos acolhe, pelo ambiente que queremos deixar aos nossos filhos e netos, às gerações futuras.
O rio quase não corre, está ali enfraquecido, desalentado, cheio de lixo seco.
Lanço um grito calado em todo o comprimento do rio, em solidariedade, também eu e o ar que respiro clamam pela chuva.
Ela virá, porque em cada um de nós existe a Fé e a Esperança!