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Abrigo das letras

Um blogue para interagir com as pessoas partilhando imagens, ideias e pensamentos!!

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Quando vem o sol

Maria, 28.03.18

É hora de começar a limpar. Limpar as paredes que criaram humidade no tempo chuvoso, limpar as ervinhas que estão a mais no quintal, e limpar as teias de aranha que estão na cabeça, estas são seguramente as mais difícieis de eliminar, mas com um solinho a aquecer e os dias a crescer elas lá se vão desvanecendo. Bem vindo Sol que nos aqueces os corpos e o coração!

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Amor, essa palavra que invade o coração

Maria, 14.11.16

"Amor, uma palavra tão pequena que se torna tão grande quando o sentimos em nosso coração. Sentimento tão imenso quanto o céu, tão radiante quanto o sol e tão forte quanto o mar. Como disse o poeta: "é fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente", sim o amor é uma mistura de emoções e sentimentos que invade nosso coração sem ao menos pedir licença para entrar"!

Boa semana!

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Aquele dia de Abril

Maria, 12.04.16

Percorro a rua central daquele espaço cercado por um muro alto pintado de branco, dentro desse espaço existem muitos espaços pequenos de fora retangular cobertos por uma pedra de mármore branca, e em alguns casos de pedra preta de granito. Em qualquer dos casos estes espaços têm à cabeceira outra pedra com formatos diferentes. Páro num espaço que tem à cabeceira uma pedra recortada em forma de coração. Olho demoradamente a foto já amarelada pelo o tempo que está embutida no coração. Fecho os olhos e revejo uma vida.

 

A pequena brisa que sopra nos meus cabelos, são as mãos que carinhosamente os afagaram,

 

o sol que me aquece o corpo nesta manhã fria de Abril, é o corpo que me aqueceu nas noites frias de Inverno,

 

o sopro do vento que uma rajada deitou, é a voz que cautelosamente me sacudiu para a vida e,

 

os pingos de chuva que começam a cair são as lágrimas que correram pela minha face naquele dia de Abril.

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Se fosse eu

Maria, 06.04.16

O que colocava eu, numa mochila se tivesse que fugir da guerra e pedir refúgio noutro país? Não podia levar uma mochila muito grande porque não teria força para a carregar, então levaria: Umas calças de ganga, duas camisolas finas ou grossas conforme o tempo, um casaco de malha, alguma, pouca roupa interior, uma toalha de rosto e outra mais pequena, alguns produtos básicos de higiene, bolachas, uma garrafa de água, telemóvel e carregador, óculos de ver ao perto, um boné, dinheiro e cadernos mais esferográfica para escrever acontecimentos, sentimentos, alegrias e tristezas. Seria mais ou menos isto, porque se sobrasse algum espaço ainda meteria mais qualquer coisa, se faltasse teria que tirar. 

 

Isto seria o que levaria na mochila porque, no coração levaria a minha família e amigos, a minha casa, o meu país, muita saudade que começaria a sentir mesmo ainda de ter partido e um medo atroz do mar, da viajem, da entrada noutros países e, se conseguisse chegar a um país de acolhimento o meu medo diminuiria, ainda assim teria medo da minha adptação ao país, às pessoas.

 

Levaria também muita esperança, esperança de conseguir um futuro melhor e tranquilo, esperança de ser bem acolhida, esperança de um dia voltar ao meu país quando acabasse a guerra.

 

Levaria sem dúvida, medo e esperança que não caberia em nenhuma mochila!

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Pedido de desculpas

Maria, 22.12.15

Porque teria Mariana assumido aquele comportamento tão descontrolado? Dizia coisas despropositadas para tarefa que estava a executar, ia ofendendo a colega com palavras e atitudes sem nenhuma razão de ser, ia-a ofendendo profundamente. 

 

Sónia nem estava a acreditar naquilo que estava a presenciar e do qual estava a ser alvo, Mariana parecia um furacão enfurecido que quer arrastar tudo o que lhe aparece pela frente, estava a magoá-la muito com aquela forma ofensiva, brusca nas atitudes e desdenhosa nas palavras. Preferiu calar-se para não acender ainda mais a ira que lia naqueles olhos verdes que transfiguravam o rosto desgastado que se encontrava na sua frente. Ainda tentou tranquiliza-la com algumas palavras, ainda tentou compreender porque estava a colega a agir daquela maneira. Tudo em vão, cada vez a ira subia mais de tom naquele rosto encrespado. Calou-se. Era a melhor atitude a tomar naquele momento. Nada do que dissesse serviria de alguma coisa, por outro lado, qualquer palavra que proferisse, era apenas mais uma acha na fogueira incendiada, por isso se calou.

 

Naquele dia e nos dias seguintes, Sónia não mais falou nem olhou de frente a sua colega de trabalho, não a conseguia encarar, não tinha nada para lhe dizer nem queria ter, tinha sido muito maltratada injustamente. O ambiente de trabalho tornou-se constrangedor.

 

Um dia Sónia e Mariana cruzaram acidentalmente numa grande superfície comercial, ficaram de cara a cara, com a surpresa estampada nos rostos, Mariana foi a primeira a quebrar o espanto, começou a falar como se não tivesse acontecido nada, beijou-a e pediu-lhe desculpa, Sónia estava surpreendida e perplexa com esta reação, não estava disposta a desculpar, não queria reatar nada, ficou sem saber o que dizer, porém, algumas palavras iam saindo da sua boca como que para quebrar o gelo. No entanto, com a insistência de pedido de desculpas, acabou por dizer forçadamente "estás desculpada", a sua boca deixou sair estas palavras mas o seu coração machucado não as disse. Sónia era pessoa de reservas, não desculpava facilmente certas ofensas. Embora tenha proferido a palavra desculpa, não desculpou e continuou a não encarar a colega nem a dirigir palavra. Sónia iria amadurecer este incidente nos dias que se seguiriam. Dizem que o tempo cura tudo, será?

Ou será que o tempo ajuda a refletir nos sentimentos e dar espaço para que a questão que parecia ter contornos tão drásticos, afinal não tinha a dimensão inicial. O coração de Sónia andava inquieto! Queria dar mais uma oportunidade a Mariana mesmo sabendo que ela voltaria a agir da mesma maneira assim que surgisse outro descontrolo. Ainda assim, Sónia ia amolecendo no seu comportamento. 

 

Hoje, Sónia vai desculpando lentamente, a quadra festiva que apela à reconciliação e ao perdão vai aquietando o seu coração.

 

Por vezes, Sónia pensa que tem um coração de pedra? Outras vezes descobre que afinal o seu coração é de manteiga.

 

(texto de ficção) por Maria Flor

 

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(Imagem tirada da net)                                                             

 

 

 

 

 

 

 

 

Os Desafios da Abelha

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