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Abrigo das letras

Abrigo das letras

Por detrás de uma mulher forte e independente

Li algures esta frase "por detrás de uma mulher forte e independente existe sempre uma menina que caiu e se reerguiu". Esta frase levou-me a meditar sobre ela e me inspirou para esta publicação.

As pancadas da vida são duras e difícies de suportar, por vezes nos revolta e quase derrubam. Ultrapassada a fase inicial umas vezes mais, outras vezes menos prolongada, dá-se inicio a uma nova fase, a de querer reerguer, de querer ultrapassar e começar a viver de novo e quando isso acontece, uma nova força surge dentro de cada um e nós, uma força que julgávamos inexistente, mas que está lá e que nos levanta a moral e a auto estima.

É duro, eu sei, mas também sei que são as pancadas da vida, as dificuldades e os "nãos" que nos ajudam a ser pessoas mais fortes, mais capazes, mais preparadas para enfrentar o dia a dia e de nos lembrar-mos de agradecer em cada dia mais uma dádiva que nos é concedida, o acordar para um novo dia, ter comida e saúde!

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 Ontem, muito antes de ontem eu era uma menininha que começou a trabalhar muito cedo, que cuidou dos seus irmãos mais novos, que olhou para muitas coisas e sabia que não tinha acesso a elas, por isso nem ousava aspirar por elas. Era uma menina que quis estudar e ir mais longe a quem foi negado essa regalia, era uma jovem que queria sair e se divertir com os amigos e por força das tradições e preconceitos também lhe foi negado, era uma jovem mulher que se casou muito cedo para conseguir ter mais alguma liberdade mas, com a chegada dos filhos, essa liberdade se transformou em responsabilidades acrescidas.... e, depois uma infelicidade do tamanho do mundo se deparou a seus pés.... Hoje eu sou uma mulher adulta , independente e forte que tem a liberdade que aspirou ter quando era uma jovem e, agora muitas vezes não sabe o que fazer com essa liberdade. A mulher que sou hoje é fruto de toda uma vivência que a mim estava destinada, é fruto de todas as coisas boas e menos boas que me foram acontecendo!

A gatinha branca

Ela era linda, branquinha, esguia e rebelde, muito rebelde. Ela trepava tudo, esgueirava-se por todo o lado, saltava os muros, corrria na estrada, seguia qualquer pessoa. Parecia uma daquelas pessoas que espalham alegria à sua volta, sempre alegre e bem disposta, uma vez roubou-me a posta de bacalhau. Nunca parava, e eu nunca tinha visto uma hiperatividade assim num gato. Resta dizer que a gatinha não era minha mas não tinha qualquer problema em entrar a minha porta e coscuvilhar todas as divisões da casa que estivessem de porta aberta. Eu não apreciava lá muito esta intrusão mas ao mesmo tempo achava graça e divertido.

Um dia ela não apareceu e achei estranho, no dia seguinte também não apareceu e calculei que tivesse acontecido o que já era esperado que acontecesse. Perguntei ao vizinho e ele me contou que numa manhã ela estava morta dentro do quintal, alguém a atropelou e a colocou do lado de dentro dos muros que ela trepava e saltava, pobrezinha. Fiquei cheia de pena dela e agora tenho saudades da sua alegria de correr, de saltar e de entrar a toda a hora dentro da minha casa!

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 Nunca cheguei a fotografar a gatinha branca, também nunca pensei que ela desaparecesse tão cedo, já me estava a habituar e a saber lidar com a situação, ela era ainda uma garotinha, agora me arrependo de nunca a ter fotografado por isso esta é uma imagem retirada da net. A gatinha branca era tão linda como esta, mas nunca parava.