Mamã conta-me uma história, é assim todas as noites, a menina pede, a mãe conta.
Aconchegada no calor da sua cama e embalada pelas palavras da historia que a mãe vai contando, a pequenina vai ouvindo e absorvendo como música a história até adormecer. Umas vezes a mãe lê a história de um livro, outras vezes a mãe inventa.
Era uma vez um carneirinho muito branco, pequenino, com o pêlo de lâ ainda curto mas muito fofinho, pastava ao lado da mamã ovelha, uma ovelha grande de pêlo amarelado e emaranhado. O dia estava frio, mas eles não tinham frio, os rolinhos de lã que os cobriam eram muito quentinhos. O carneirinho sentia-se protegido, a sua mãe oferecia-lhe muita segurança. Um dia apareceram outros carneirinhos para pastarem no mesmo sitio, o carneirinho branco distraiu-se a brincar com eles e afastou-se sem dar por isso, quando reparou, não viu a sua mãe, assustou-se e começou a chamar por ela - mãe!
A mãe não o ouviu, e ele começou a correr por aquele verde e imenso prado, à procura. Por sua vez, a mãe quando deu por falta do filho, também ela ficou apavorada à procura. Chegou a noite e não se encontraram, o carneirinho apesar de ser pequenino, era forte e destemido, encontrou uma pequena gruta e entrou nela para se abrigar do frio e ali ficou a pensar e a chamar baixinho a sua mãe. Não tinha medo, no dia a seguir iria procurar de novo a mãe e sabia que ela também estava triste e que também o iria procurar, de certeza que se haviam de encontrar.
Durante a noite outros animais também se quiseram proteger do frio e também procuraram aquela gruta, primeiro chegou o esquilo que ficou muito admirado por ver ali, no que ele dizia ser sua e dos seus amigos, aquela gruta, ficou portanto surpreendido por encontrar ali um carneirinho.
- Como encontraste a minha gruta? perguntou.
- Perdi-me da minha mãe e não sei o caminho de casa, posso ficar aqui contigo esta noite?
- Sim, respondeu o esquilo, mas sabes, estão a chegar os meus amigos que também ficam aqui.
O carneirinho olhou para o esquilo durante alguns segundos e percebeu que o esquilo era meigo e compreensivo, por isso disse:
- Não faz mal, eu posso vos fazer companhia!
Entretanto começaram a chegar os amigos do esquilo, veio o coelho, o rato, e ainda um cabritinho. O esquilo foi apresentando o carneirinho a todos os seus amigos. O cabritinho a todos cumprimentava com um sorriso e todos ficaram a gostar muito dele e a noite passou muito depressa. Assim chegou a manhã, todos se levantaram, todos tinham coisas para fazer. O cabritinho despediu-se de todos agradecendo a cada um em particular a hospitalidade deles e prometeu vir visitá-los de vez em quando. Agora tinha de ir procurar a mamã ovelha que devia estar aflita à sua procura.
Ainda não tinha andado muito quando avistou ao longe uma sombra que depressa distinguiu como sendo a mãe, correu para ela abraçou-a e contou-lhe a sua aventura da noite.
Meu filho, eu estava muito preocupada contigo, não sabia o que te tinha acontecido, mas agora que aqui estás a salvo, estou muito orgulhosa de ti pois soubeste agir com prudência!
O que é prudência mamã?
Prudência é observar com cuidado as coisas antes de tomar as decisões. Por exemplo, o carneirinho antes de decidir ficar na gruta com o esquilo e os seus amigos, obervou com atenção o esquilo para ver se podia confiar nele!