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Abrigo das letras

Abrigo das letras

Inês de Castro

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"Inês, com apenas dez anos contempla o cenário onde terá início o primeiro acto de uma tragédia que ficará para a história como uma das mais belas histórias de amor de sempre. A sua ama, pronuncia as palavras que o destino se encarregará de cumprir - «um príncipe amar-te-á pelo teu colo de garça e pelos teus cabelos loiros e as tuas fontes virão a ser cingidas por uma coroa real». No castelo de Peñafiel, Inês e Constança tornar-se-ão irmãs de alma, unidas pelo mesmo amor - D. Pedro. E se um dia mais tarde o príncipe português casar-se-á com Constança respeitando-a pela sua serenidade é a Inês que amará perdidamente – «Inês era a força da cascata, o rumor do mar enraivecido, o roçar do vento quando o cavalo se lança a galope». A morte de D. Constança afasta momentaneamente os dois amantes, mas será então que Pedro e Inês irão viver, na idílica Quinta das Lágrimas, as horas mais felizes do seu infortunado amor. Mas o destino lança nos corações de alguma nobreza as facas da ambição que irão atraiçoar e manchar de sangue o esbelto pescoço de Inês. A beleza lendária de Inês de Castro foi captada na perfeição por esta autora, numa obra que ficará certamente na memória do leitor."

 

 A mais bela historia de amor!

A minha última leitura, uma realidade tornada história que  prende os leitores apreciadores deste tipo de leituras, do principio ao fim! 

 

 

 

 

A prenda dele para ela

Tinha muito carinho por aquelas rosas, alguém muito especial lhas tinha oferecido, eram três rosas vermelhas dotadas de um perfume perfeito. Tinham sido colhidas de um jardim, criadas ao ar livre. Ele tinha-lhe dito "não te posso oferecer mais nada, ofereço-te estas rosas com todo o carinho que o meu coração nutre por ti". Colocaras-as numa jarra de vidro, no quarto, sempre que passava por elas, tomava-lhes o perfume de perto, era como se um beijo recebesse. Poucos dias passados caiu a primeira pétala, sinal de que o seu fim estava muito próximo, no dia seguinte cairam mais. Foi recebendo as pétalas caídas num pequeno prato banhado a prata, iria deixá-las secar e guardá-las num saquinho de rede fina e colocá-las no armário da roupa. Assim, elas permaneceriam mais tempo com utilidade!

 

Na verdade, ninguém lhe tinha oferecido as rosas que também não eram vermelhas, ela própria as tinha colhido no jardim, a cena tinha se passado apenas na sua memória, ele já partira há muito tempo, mas tinha plantado aquela roseira antes de partir. Todos os anos naquela roseira floresciam aquelas rosas de perfume inconfundível, era a sua preferida. Quando as colhia sentia sempre que era ele que lhas oferecia. Este ano, a roseira ofereceu-lhe rosas no Natal, eram a prenda dele para ela!

(ficção)

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 (imagem tirada da net)

Pedido de desculpas

Porque teria Mariana assumido aquele comportamento tão descontrolado? Dizia coisas despropositadas para tarefa que estava a executar, ia ofendendo a colega com palavras e atitudes sem nenhuma razão de ser, ia-a ofendendo profundamente. 

 

Sónia nem estava a acreditar naquilo que estava a presenciar e do qual estava a ser alvo, Mariana parecia um furacão enfurecido que quer arrastar tudo o que lhe aparece pela frente, estava a magoá-la muito com aquela forma ofensiva, brusca nas atitudes e desdenhosa nas palavras. Preferiu calar-se para não acender ainda mais a ira que lia naqueles olhos verdes que transfiguravam o rosto desgastado que se encontrava na sua frente. Ainda tentou tranquiliza-la com algumas palavras, ainda tentou compreender porque estava a colega a agir daquela maneira. Tudo em vão, cada vez a ira subia mais de tom naquele rosto encrespado. Calou-se. Era a melhor atitude a tomar naquele momento. Nada do que dissesse serviria de alguma coisa, por outro lado, qualquer palavra que proferisse, era apenas mais uma acha na fogueira incendiada, por isso se calou.

 

Naquele dia e nos dias seguintes, Sónia não mais falou nem olhou de frente a sua colega de trabalho, não a conseguia encarar, não tinha nada para lhe dizer nem queria ter, tinha sido muito maltratada injustamente. O ambiente de trabalho tornou-se constrangedor.

 

Um dia Sónia e Mariana cruzaram acidentalmente numa grande superfície comercial, ficaram de cara a cara, com a surpresa estampada nos rostos, Mariana foi a primeira a quebrar o espanto, começou a falar como se não tivesse acontecido nada, beijou-a e pediu-lhe desculpa, Sónia estava surpreendida e perplexa com esta reação, não estava disposta a desculpar, não queria reatar nada, ficou sem saber o que dizer, porém, algumas palavras iam saindo da sua boca como que para quebrar o gelo. No entanto, com a insistência de pedido de desculpas, acabou por dizer forçadamente "estás desculpada", a sua boca deixou sair estas palavras mas o seu coração machucado não as disse. Sónia era pessoa de reservas, não desculpava facilmente certas ofensas. Embora tenha proferido a palavra desculpa, não desculpou e continuou a não encarar a colega nem a dirigir palavra. Sónia iria amadurecer este incidente nos dias que se seguiriam. Dizem que o tempo cura tudo, será?

Ou será que o tempo ajuda a refletir nos sentimentos e dar espaço para que a questão que parecia ter contornos tão drásticos, afinal não tinha a dimensão inicial. O coração de Sónia andava inquieto! Queria dar mais uma oportunidade a Mariana mesmo sabendo que ela voltaria a agir da mesma maneira assim que surgisse outro descontrolo. Ainda assim, Sónia ia amolecendo no seu comportamento. 

 

Hoje, Sónia vai desculpando lentamente, a quadra festiva que apela à reconciliação e ao perdão vai aquietando o seu coração.

 

Por vezes, Sónia pensa que tem um coração de pedra? Outras vezes descobre que afinal o seu coração é de manteiga.

 

(texto de ficção) por Maria Flor

 

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(Imagem tirada da net)                                                             

 

 

 

 

 

 

 

 

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