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Abrigo das letras

Abrigo das letras

Máquina do tempo

2012 foi um ano particularmente dificil, surgiram situações inesperadas, e por vezes a boa disposição deu lugar à melancolia e algum azedume pelo que me proponho a refletir no final de 2013 a:

- Fiz tudo o que estava ao meu alcançe para tornar os outros  felizes?

- Consegui superar alguns obstáculos que surgiram em 2012 e passaram para 2013?

 

O melhor de 2012

2012 tem sido um ano dificil para muitos portugueses, dentro de tantas dificuldades que se deparam em cada dia há semprte algo de bom que acontece, é preciso estar atento para poder descernir o que de fato de bom aconteceu. Cinco coisas boas que me aconteceram em 2012:

- A minha grande familia ter conseguido levar a cabo um processo de partilhas de herança sem desavenças, sabemos que estes processos muitas vezes originam discórdias mesmo entre pessoas que até aí se relacionavam muito bem.

- Ver a minha netinha crescer, começar a andar e a falar cada vez melhor, observar a forma com se desenvolve, como percebe tudo o que lhe é ensinado e a sua veia independente para querer fazer tudo sózinha.

_ Nada de muito grave ou trágico ter acontecido no seio da minha grande familia. É uma benção de Deus concedida e que passa despercebida pelo que nem sempre nos vem à lembrança agradecer.  

- Ter voltado a viver na casa onde a minha famila cresceu, embora os motivos que me levaram a isso  não tenham sido os melhores.

 

 

Pilares da terra

Esta é uma obra em dois volumes que me prendeu da primeira à ultima página e que li num ápice. O que mais me cativou nesta leitura  foi a personagem de um monge prior; pela a coragem e determinação de um homem que sendo prior de uma pequena aldeia algures em Inglaterra no século 12, servindo-se da sua inteligência e agindo com a simplicidade que a sua condição lhe confere, consegue suplantar as armadilhas que o seu superior e pessoas influentes e poderosas lhe preparam. A forma como Kent Follett recria a época onde a história decorre e a eficácia como descreve a arte de construir edificios sólidos e com perfeição com o objetivo de perdurar pelos séculos vindouros e a atrair o público é perfeita, pois consegue que o leitor se veja envolvido e consiga visualizar na sua mente essa mesma época. É portanto uma obra que recomendo vivamente.

O natal da minha infância

Éramos uma familia numerora de nove pessoas, os meus pais e os seus sete filhos. Era normal todos os domingos irmos à missa, um ritual ao qual me fui habituando desde que nasci. No dia de natal a missa era diferente, a igreja era pequena e estava sempre cheia, o que a tornava quente e acolhedora, eu ainda era pequena e as leituras sobre o nascimento do menino cativavam a minha atenção, os cânticos soavam aos meus ouvidos como melodias de anjos, no fim da cerimónia beijava-se a imagem do menino Jesus, era como se beijasse um bébé verdadeirao, todo o ritual tinha para a minha inocência de menina um encanto e uma promessa de que o mundo vivia em paz e era feliz, que havia um teto para todos e todos tinham o que comer. Neste dia a minha mãe cozinhava galinha da capoeira e também fazia canja, recorde-se que neste tempo não se comia galinha com muita frequência pelo que este prato era muito esperado e apreciado, também havia filhoses. Comia-se na cozinha numa mesa grande e com o lume aceso que a aquecia e, que servia principalmente para cozinhar as refeições, só tinhamos um pequeno fogão a petrólio para preparar o café da manhã, o lume situava-se em cima dum poial onde também estava o forno onde a minha mãe cosia o pão uma vez por semana para toda a semana. Não havia prendas, não sentia falta delas, não fui habituada a recebê-las mas, havia muito calor humano, amor, respeito, comunicação e amizade uns pelos outros dentro das paredes da casa dos meus pais e também do lado de fora da porta. Montava-se o presépio com musgo fresco que um dos meus irmãos apanhava em algum pinhal, e muitas figuras de barro, era o presépio que representava o nascimento de Jesus, não uma árvore de natal. Hoje, a cerimónia religiosa do dia de natal celebra-se mais ou menos da mesma maneira que na época da minha infãncia, eu é que perdi a inocência e deparei com um mundo onde não existe paz entre os povos e onde não há alimento nem teto para todos. Sinto alguma saudade dos sons, das cores, dos cheiros e do encanto do natal da minha infância. A minha mensagem de natal: Que a marca"Natal" não se resuma apenas a uma marca que serve para fazer mais negócios, mas sim que a sua verdadeira essência entre no coração dos homens e os torne mais humildes e atentos ao vizinho que vive a seu lado.